A inscrição na tarifa social de energia pode reduzir até 65% da sua conta se você tiver renda mensal de até um salário mínimo por pessoa e estiver inscrito no CadÚnico.
Pagar a conta de luz é uma preocupação mensal para milhões de brasileiros. Para quem vive com orçamento apertado, qualquer desconto faz diferença.
O que pouca gente sabe é que existe um programa oficial que pode reduzir consideravelmente o valor da fatura: a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE).
Essa iniciativa do governo federal, regulamentada pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), oferece descontos que chegam a até 65% na conta de energia, dependendo do consumo e da renda familiar.
Ainda assim, muitos consumidores que têm direito acabam não se inscrevendo — muitas vezes por desconhecimento ou por acharem o processo complicado.
Neste artigo, você vai entender quem pode participar, quais documentos são exigidos, como fazer a solicitação e o que fazer caso tenha o pedido negado. Tudo com base em informações oficiais e práticas reais.
O que é a Tarifa Social de Energia Elétrica?

A Tarifa Social é um benefício criado para garantir que famílias de baixa renda tenham acesso à energia elétrica com custo reduzido.
A iniciativa foi instituída pela Lei nº 12.212/2010 e regulamentada pela ANEEL por meio da Resolução Normativa nº 414/2010.
O programa aplica um desconto progressivo na conta de luz, conforme o consumo mensal:
- Até 30 kWh: desconto de 65%
- De 31 a 100 kWh: desconto de 40%
- De 101 a 220 kWh: desconto de 10%
O desconto é concedido de forma automática, desde que o consumidor esteja com os dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico) e atenda aos critérios exigidos.
Fonte: ANEEL – Tarifa Social de Energia Elétrica
Quem tem direito à tarifa social?
A Tarifa Social é destinada às famílias que se enquadram em uma das seguintes situações:
- Famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (critério básico do CadÚnico);
- Famílias com renda de até três salários mínimos, desde que possuam algum membro com doença ou deficiência que exija o uso contínuo de aparelhos elétricos;
- Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- Famílias indígenas ou quilombolas que atendam aos requisitos acima.
Além da renda, o consumo mensal precisa ser inferior a 220 kWh, e o titular da conta de luz deve estar cadastrado no CadÚnico com o Número de Identificação Social (NIS) atualizado.
Como solicitar a tarifa social?
Se você atende aos critérios, solicitar o benefício pode ser mais simples do que imagina. Veja o passo a passo:
- Tenha seu NIS em mãos: Ele é gerado no CadÚnico, que pode ser feito no CRAS do seu município.
- Entre em contato com sua distribuidora de energia: Isso pode ser feito pelo site, aplicativo, telefone ou presencialmente.
- Informe os dados do titular da conta de luz: Nome, CPF, NIS e endereço.
- Anexe os documentos solicitados: RG, CPF, comprovante de residência e comprovante de renda, se necessário.
A análise é feita pela própria distribuidora. Caso aprovado, o desconto aparece na próxima fatura.
Exemplo de canal oficial: Neoenergia – Tarifa Social
Quais documentos são necessários?
Embora haja pequenas variações entre distribuidoras, os documentos mais comuns são:
- Documento de identidade (RG ou CNH)
- CPF do titular da conta de luz
- Comprovante de residência atualizado
- Número do NIS ou NB (no caso de BPC)
- Comprovante de renda (contracheque, extrato de benefício, ou declaração formal)
Caso o titular da conta de luz não seja a mesma pessoa cadastrada no CadÚnico, é necessário apresentar comprovante de vínculo entre as partes, como certidão de casamento ou declaração de residência.
E se a inscrição for negada?
A recusa na tarifa social pode ocorrer por motivos como:
- Dados desatualizados no CadÚnico
- Documentação incompleta
- Renda acima do limite permitido
- Consumo médio acima de 220 kWh
Nesses casos, a orientação é:
- Atualizar o CadÚnico no CRAS;
- Corrigir ou reenviar os documentos;
- Entrar em contato com a distribuidora e solicitar nova análise.
Importante: a atualização no CadÚnico deve ser feita pelo menos uma vez a cada dois anos ou sempre que houver mudança na composição familiar ou na renda.
Mitos vs Verdades sobre a tarifa social de energia

Mito | Verdade |
Só quem está no Bolsa Família pode pedir a tarifa social. | Falso. O benefício vale para qualquer pessoa que esteja no CadÚnico com renda compatível. |
Precisa ir até a distribuidora para solicitar. | Falso. Muitas empresas oferecem o processo online ou por telefone. |
O desconto é fixo todo mês. | Falso. O desconto varia de acordo com o consumo mensal. |
Quem mora de aluguel não pode pedir. | Falso. Basta comprovar residência e vínculo com o imóvel. |
Preciso estar com o nome limpo para ter direito. | Falso. O benefício independe da situação financeira junto ao SPC/Serasa. |
Benefícios práticos da tarifa social
A redução no valor da conta de luz pode parecer pequena em um primeiro momento, mas acumulada ao longo do ano, faz uma grande diferença no orçamento.
Além disso:
- Evita o corte de energia por falta de pagamento em famílias mais vulneráveis;
- Promove acesso digno à energia elétrica;
- Libera recursos para outras necessidades básicas (alimentação, saúde, transporte);
- Estimula a regularização do CadÚnico, que também dá acesso a outros programas sociais.
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Dicas para manter o benefício ativo
- Atualize o CadÚnico sempre que houver mudança de renda ou endereço;
- Evite atrasos na conta de luz, pois algumas distribuidoras podem suspender o benefício em caso de inadimplência crônica;
- Fique atento ao consumo mensal: o desconto só vale até 220 kWh;
- Mantenha os dados de contato atualizados com a distribuidora.
A renovação do benefício ocorre automaticamente, desde que os critérios continuem sendo atendidos.
Manter a conta de luz dentro do orçamento é um desafio para muitas famílias, mas a tarifa social está aí justamente para facilitar esse caminho. Ao entender como funciona o programa e seguir os passos corretamente, você pode garantir um desconto mensal que, no fim das contas, representa um alívio real nas suas despesas.
Não é preciso esperar por uma crise para buscar esse direito. Se você ou alguém da sua família se encaixa nos critérios, vale a pena fazer a solicitação.
Muitas vezes, uma simples atualização no cadastro já é o suficiente para destravar o benefício.
A tarifa social é uma política pública que existe para apoiar quem mais precisa — e cabe a cada um de nós aproveitar esse recurso com consciência e responsabilidade.
Faça sua parte, compartilhe a informação com quem precisa e ajude mais pessoas a economizarem na conta de luz.
Perguntas frequentes sobre a tarifa social de energia
Quem tem direito à tarifa social de energia elétrica?
Famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, beneficiários do BPC, indígenas e quilombolas com renda familiar de até três salários mínimos (desde que haja um membro com necessidade de aparelhos elétricos contínuos).
Qual o desconto oferecido pela tarifa social?
O desconto varia conforme o consumo mensal. Pode chegar a até 65% para quem consome até 30 kWh por mês. Entre 31 e 100 kWh, o desconto é de 40%. De 101 a 220 kWh, o desconto é de 10%.
Preciso ir até a distribuidora para me inscrever?
Não necessariamente. Muitas distribuidoras permitem o cadastro por telefone, aplicativo ou site oficial. Mas, se preferir, também é possível comparecer presencialmente a uma agência.
E se a minha solicitação for negada?
Você pode solicitar a reavaliação. Em muitos casos, basta atualizar os dados no CadÚnico, corrigir documentos ou enviar informações adicionais.
Quem mora de aluguel também pode solicitar?
Sim. Desde que você comprove residência e vínculo com o imóvel, não há impedimento por tipo de moradia.
O benefício é permanente?
Não. A tarifa social é válida enquanto os critérios forem atendidos. Se houver mudança na renda ou no consumo, o benefício pode ser suspenso. Por isso, é essencial manter o cadastro atualizado.
O desconto aparece automaticamente na fatura?
Sim, após a aprovação, o desconto já vem aplicado diretamente na conta de luz nos meses seguintes à solicitação.
Conclusão
Controlar os gastos fixos da casa é uma tarefa diária, e a conta de luz costuma pesar no bolso de quem vive com o orçamento apertado.
A tarifa social de energia elétrica é uma das formas mais acessíveis de aliviar esse custo sem comprometer o uso de um serviço essencial.
Muita gente ainda não sabe que tem esse direito — e, por isso, acaba pagando mais do que deveria.
Se você chegou até aqui, já está um passo à frente.
Agora, é hora de colocar em prática: revisar os documentos, verificar se os dados estão atualizados no CadÚnico, entrar em contato com a distribuidora e fazer a sua parte.
O processo pode parecer burocrático no início, mas é mais simples do que parece — e o impacto no seu orçamento pode ser real e duradouro.
A tarifa social não é um favor, é um direito. E como todo direito, só faz diferença se for exercido.
Se você se encaixa nos critérios, não deixe esse benefício passar. E se não for o seu caso, compartilhe a informação com alguém que pode ser beneficiado. Economia também se faz com informação.